eu me revolto
sem voltar à mim
(ou a ti)
as palavras de angústia
e espera
por coisas diferentes e melhores.
Olho os ombros.
Eles me falam se alguns corpos
sentem, simplesmente, o peso do mundo
ou se, forçosamente, tentam lhe carregar.
Outros ombros estão eretos
por pura leveza
seja qual ela for.
Não rumino paixões adormecidas.
Abro os olhos e sinto o infinito
de possibilidades
ao meu alcance.
O que faço primeiro?
Arrumo dentro, arrumo
o quarto e a sala.
Lavo as decências lamosas.
Costuro os retratos
da minha falta de paz.
Eu e minha casa
abertas para o vento
brincar dentro de nós.
Abertas para a invenção
de novos dias,
mais coloridos e melhores.
Não queira bater,
pedir licença
Estamos abertas e sem espera.