Litosfera

Eu cavei por baixo
da mesma.

Assim mesmo
sem referências
e sem pontos de meta.

Eu nadei profundo
sem tomar ar
em busca de algo
escondido
e raro.

Tudo soterrado
nas quimeras
sonhadas por poetas soturnos,


Ou por simples descuido
enterrei teus olhos
no esquecimento

E ficou a espera
da musa e os cantos
da existência
sem mistérios.

Advinho o que pensas
Advinho os desejos
e nesses espaços
me roubas tempo.

Há só momentos de agora
e isso, ainda, me supreende.

Inventário

Sou cria de fogo
e catástrofe.
O mundo gira
A vida urge.

Eu vou restar
depois do fim
Estarei atenta.

Os coraçöes iluminados
cantaram a bardos
nossos cânticos sagrados

Com peito aberto
com os poros abertos

Eu vou restar
depois do fim
despreocupada o suficiente
para tudo fluir.