No puedo despertarme sin me amar

vi longe
as crianças saltando no infinito
ouvi gritos
senti terror
fingi dureza

cruzei multidões em punho
quente de euforia
meu sorriso em forma de dança


quero tanto o momento em que estou
e não esqueço de despertar

Superstição

é o banho de mar
de ervas
de chuva
que vão lavando a alma
de pesos indigestos
aparentemente invisíveis
impalpáveis… e que me arrastam

ralo a pele
concentro vento nos pulmões
(na espera da maré virar
do sol queimar
do sal curar)

certeza são incertezas
possibilidades de se equivocar
sem deixar de realmente sentir
a verdade de estar

aprendo todos dias
a nadar um pouco mais
nas águas que são receptivas
e que quando batem
existem para revirar
e me tirar do conforto
de me achar firmamento

sonho nos suspiros
readapto as frestas
deixando o ar passar