No puedo despertarme sin me amar

vi longe
as crianças saltando no infinito
ouvi gritos
senti terror
fingi dureza

cruzei multidões em punho
quente de euforia
meu sorriso em forma de dança


quero tanto o momento em que estou
e não esqueço de despertar

Superstição

é o banho de mar
de ervas
de chuva
que vão lavando a alma
de pesos indigestos
aparentemente invisíveis
impalpáveis… e que me arrastam

ralo a pele
concentro vento nos pulmões
(na espera da maré virar
do sol queimar
do sal curar)

certeza são incertezas
possibilidades de se equivocar
sem deixar de realmente sentir
a verdade de estar

aprendo todos dias
a nadar um pouco mais
nas águas que são receptivas
e que quando batem
existem para revirar
e me tirar do conforto
de me achar firmamento

sonho nos suspiros
readapto as frestas
deixando o ar passar

De nada serve estar mais além se o presente urge

Abri os olhos em expansão
A beleza natural
jamais me ofusca
Apenas me acolhe.

O que me dói a vista
é o brilho dessas telas luminosas

Por todos os lados
ofuscando a realeza
do que se faz presente.

Desvio o olhar
fecho as pálpebras
Observo as lembranças.

Quero estar ao lado
mas como faz?

Grito, sussurro, desnudo-me?
Fitar descuidos
Perturbar a paz.

Tudo ruindo, com fogo seguimos resistindo

Talvez a dor
já não assuste
ou comova.

As chagas nas mãos
o sol indisposto
não me impedem das incertezas
de chegar n'algum lugar.

Vou fugir para longe
Sem sair do meu lugar.
Abraçar apertado
em um silêncio
demasiado de quem sempre espera
respostas prontas.

Quando não as encontro,
relaxo
e boio sobre esse mar
de correntes.
Acreditando na
leveza
e na entrega,
no sonho
e na presença real
das conexões.
Me alinhando na força
de quem me constrõe
sem esquecer
de dores ressentidas.

Ver equilíbrio no caos
pertence ao universo inteiro,
sem expectativas
e sem medo
derrubar as prisões
que se leva dentro.

há ondas na calmaria da bahia

Como é o desespero
quando
se pretere a espera
e se encorpora a
paciência?

Deixe passar, amor
que de a pouco
o medo se esvai
na plenitude
da ação e movimento
de cada despertar.

Vejo a tempestade chegar
- logo ali -
Seu hálito quente
pondo fim
um dia quente,
e de vento frio.

Vou me repetindo e reinventando.
Água fixa e calculista.
Sarrenta e atrevida.

Talvez mais por sorte que azar
minha vida vem
traçada na arte de improvisar.

Não sei porque
e nem
de onde,
direito,
vim .
Mas pronto,
aqui estou!
Pronta e plena pro ataque.

Saio do palco,
e descalça,
vou te mostrar quem sou.

Matéria, pó e osso
suor, lágrimas, a puro gosto.
Sou movimento
e destreza.

Leoa que vigia
enquanto amamenta.
Fazendo esconderijos
planos de fuga
dessa selva cinza
e sangrenta.

Juego de niños


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Fumo el común
Me aburre
Todas las tardes
Grises
Guardo culpas
Por ausentar luz
La muerte viene por gente
Cercana
Ajo
Negro
Tréboles
Para proteger los cuerpos
Que conflictan
Amor y odio.
Hoy salgo
ordenada
para la nada
y sus relojes de descubrimientos.

Agora praia

Amenizar o peso da vida
com imensidão.
Mar... em ti busco plenitude
e solidão

Quando se há sol, novos fazeres
abastecido pelo quente prazer

A mente inquieta (me)
a um corpo que reaje
frente aos pesadelos
Livre, sem medo
(inconstante, segredo)

refugio-me na escrita
na brisa e movimento
mar.

Algo vai se quebrar
tarde solta
voz tão rouca
teu silêncio

O olhar que quer permissão
pode me adentrar?

(vou persistir
fechar os olhos
para não perseguir
e nem ser perseguida
por sufocante amor)

Retiro o ar
Maré subiu
atravesso a lua.