Sem cultivo

Na fresta que cada um dá
eu entro
me esparramo
como erva rasteira.

Aguardo as brechas
com o olhar ligeiro
(não sou daninha,
se invadi
foi para construir junto)

10 segundos depois
retroceder
encarar os leões
Convicta
em permanecer viva
para lutar por mais
vidas

livres e plenas,
mágicas
revolucionárias

Mantendo
assim
o corpo fechado

Convicta
da necessidade de
expandir e compartilhar
Composições de luz e sombra
cores e dores.

Estou ocupando a realidade
com minha presença, terreno fértil
que é passado
e sonhos,
vida e morte.

Hoje vou acordar com o desespero
me alimentar com as cores e sabores da Terra
Perder a vista em pensamentos.

Vida,
me sinto agradecida.

Muito querer...
penso o futuro
de encontros
que me convidam
(violentos, se preciso for)
a estar aqui (no agora, sabe?)

Salvador - julho 2018

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