:: Quarta-feira, Dezembro 27, 2006 ::

Vanila céu Cor-de-rosa-azul

Foi um momento roubado
não esperei nada
e os de-javus por essa pele
ficaram em transe
sem sol
("o sol é o sangue novo
que nasceu do pó")

Um buquê saca-se do muro
eram flores, na maioria,
por nascer
o olho desabrocha

a perna coça adoecer
(mas é preciso andar...)
o caminho se renova
à cada gasto.

:: habitante de mim 4:58 PM

... :: Quinta-feira, Dezembro 21, 2006 ::
Inquisição

gritaram:
é tempo!
os sons roucos
não sei
alguém recriminou minha nudez
(não, nunca é pouco)

:: habitante de mim 5:57 PM
...
:: Sexta-feira, Dezembro 15, 2006 ::

Constelação

Pensava
que no crescer
a visão ia decrescendo

Ao nascer
se tem a cegueira da luz
e com o tempo
o olho se acostuma com a cegueira
e encontra sombra

Quando infantil
o olho é grande
curioso
e vê tudo
e aos poucos
não se cria mais pelo olhar
toda imagem vira conceito
e o olho Diminui

:: habitante de mim 11:31 AM
...

Tempestuosidades
I

foi longe
nada perto
bem forte
(não tão forte quanto
me tocaria)

e pelo canto do olho eu vejo
uma sombra
sombra árvore
cheia de galhos sem folhas

eu vejo
através da voz sopro
soco
rouco

falo
tento romper o silêncio

tornar poesia objeto
significar o que não tem sentido
usurpar de cada momento

e catar (de pinça) dentro dos poros

os fios de eletre-cidade
que não acredito
temo, não quero


II

estranhamento do que não acontece
a chuva não chega
o céu aberto em minha janela

não há chuva
há fotografia dela
no meu olho
(não aquelas fotografias - artefatos,memórias-fetiche)
é grafia da luz escombro
que vai e se transforma


III

talvez não ouça minha voz
talvez nem falar seja ação
e quem dirá sobre poetizar?

não ter visto nada além de crias.
sombras
olhos
toques
sopros
mãos geladas
todo sentir agora

mas eu já sentia
e sentia o sim

loucura criança
fico louca de novo
cria minha
de sempre estar.


IV

crianças banham-se na chuva
(vou brincar com elas)
despreservar o corpo
a doença
um pouco
(sem morte, ronco forte)


sempre tem uma voz que recrimina
a grade elétrica brilha
uma árvore de estrelas
pé dançante de luz
a chuva fale


V

tudo começa com música
cheiro da rapidez
que essa cidade encharca
e a facilidade com que acabo ilhada


VI

a intesão de tocar o céu
tem de ser maior.

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