:: Sexta-feira, Janeiro 23, 2004 ::

Poema escrito à uma pérola negra, tão maníaco (e intenso) por Sigur Rós quanto eu.


Sinal Calado

'Mas a melhor coisa
que Deus criou
foi um novo dia' (Sigur Rós)


Nesse momento me desfaço
Sou o além
Sou o outro

Crânio vazio, iluminado
Olhos marcados
Lágrimas encarnadas

Paz e fúria
Os lábios são virgens
Como o orvalho que provoca as pétalas
E embeleza as rosas

:: habitante desse universo 10:59 PM
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Syndir Guðs (Opinberun Frelsarans)
Sigur Rós

Skapaður í mynd manns í líki karls og
Konu tvöföld var sú synd hans sgaði hans
Sonur ekki hryggja heldur sefa mín lífs-
Speki alltaf rétt ?
Betra er að þiggja en gefa sagði sá ríki og
Öll hans stétt ég sem kenndi hér svo margt
En engin nam það á mig fékk en ég lærði
Að lífið hér var hart enda var ég það sem á
Krossinum hékk heiðarlegur einfari það var ég það ég sver
En hinn breiði vegur var greiðfærari hann geng ég og krossinn ber
Alla tíð

:: habitante desse universo 10:57 PM
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A Fome e o Amor A um Monstro
(Augusto dos Anjos)

Fome! E, na ânsia voraz que, ávida, aumenta,
Receando outras mandíbulas a esbangem,
Os dentes antropófagos que rangem,
Antes da refeição sanguinolenta!
Amor! E a satiríasis sedenta,
Rugindo, enquanto as almas se confrangem,
Todas as danações sexuais que abrangem
A apolínica besta famulenta!
Ambos assim, tragando a ambiência vasta,
No desembestamento que os arrasta,
Superexcitadíssimos, os dois
Representam, no ardor dos seus assomos
A alegoria do que outrora fomos
E a imagem bronca do que inda hoje sois!

:: habitante desse universo 10:55 PM
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:: habitante desse universo 10:53 PM
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Anel de Saturno

Ganhei uma bela jóia
Alvéolos brilhantes
Presente de um homem
sombrio e Melancólico

O mais escuro anel de Saturno
Misterioso
Preenchido pelo mais completo Vazio

Lúcifer tentou roubar-me
mas o anel me roubou primeiro
Fui levado, não ao inferno
mas ao obscuro do ser

Perdi a alegria
Ganhei a melancolia
E a beleza do contraste
(da alma casta
com o negro olhar)
A tristeza usada
no branco anelar.

:: habitante desse universo 10:50 PM
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Punch up at a wedding
(Radiohead)

no no no no no no no no no no no no no no no no
i don't know why you bother.
nothing's ever good enough for you.
i was there and it wasn't like that.
you came here just to start a fight.
you had to piss on our parade
you had to shred our big day
you had to ruin it for all concerned
in a drunken punchup at a wedding, yeah
hypocrite opportunist
don't infect me with your poison
a bully in a china shop
when i turn round you stay frozen to the spot.
the pointless snide remarks
of hammerheaded sharks
the pot will call the kettle black
it's a drunken punch-up at a wedding yeah oh no no
no no no

:: habitante desse universo 10:49 PM

Quatorze

Fechado em idéias
mortas (talvez).
Encontro-me ao lado
de um cemitério.

Morte e ruídos.
Flores brotando
desabrochando.
Riscos criptografados
são comunicação.

Cadeira número quatorze.
Um mais quatro.
Eliane dá cinco.
Elianes (igual) infinito.
Conjunto vazio.

:: habitante desse universo 10:46 PM
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Líbano
(Eva Lamborghini)

En este mar muerto
no podrás nadar,
tampoco ahogarte.
La cabeza
erguida
el cuello
duro,
estás flotando.
En esta pequeña
muerte
el mar sólo flota
sobre la tierra,
peste...

:: habitante desse universo 10:44 PM
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Morder o pó

Encontro minha paz
No caos do mundo
No caos da respiração
No caos imundo

Tenho medo de
Gente assim como tu
Como eu

O sol morto
É meu porto seguro.

:: habitante desse universo 10:42 PM

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