agora que dói
solto amarelos pelo corpo inteiro
daí furo
pra não ser um artifício.
Alguém acenou negro
fugi de dentro de mim
não dá pra voltar.
Não dá pra voltar
quebrado
alguns pedaços de muro
algumas flores
nenhum sussurro
não coube
a bela máscara borrou
minha chuva
gigante dos pesadelos de maio.
Cabeça baixa de olhos
semi-sensíveis
assim é melhor.
(para que um norte?
não agora)
agora dói
desenterrando dores
e medos também.
A vida lama
era como o amor
que sujou
e não esqueço.
:: habitante de mim 8:33 PM
... :: Sexta-feira, Maio 12, 2006 ::
:: Quarta-feira, Maio 03, 2006 ::
quando bateres na porta
arranca esses teus hinos fora
e lança esse móveis empoeirados pela janela
que morram um ou três!
não me importa
não me interessa tantos fardos
tantos escombros
quando bateres na minha porta
vens limpo
(nu, de preferência)
mata tua mãe
esses porcos facistas
que dormem em panos macios
vens cru
tantos escombros
mudei de idéia
me deixe só.
:: habitante de mim 7:39 PM
...
Para uma canção amena
Jogado em grama seca
Desviado
E no fundo de si mesmo
Terra roxa por água salobra
Por uma vida mais barrenta
Um pequeno e um gigante molde
Prum corpo que jaz
improvisar
com tinta branca
cor de limpo
(há o cheiro!)
É frio... me gripo.
Pronto o desenho sem preencher
Que ele fique ali
Só o lodo se lembra.
:: habitante de mim 7:50 PM
...
Terceiro poema
Mostre o que guarda aí dentro
Oh, é tão pequeno...
Quase escuro ¿ não posso ver.
Mostre suas coisas novas
que tanto amo rever
Caindo aos pedaços
(aos giros, não posso descer.)
sobrando pelas beiras
breve e rasteira
inventei um som paras estrelas
só faltou um som para o vazio
(penso no silêncio)
:: habitante de mim 7:49 PM
O primeiro jogo
Peguei na sua mão
Era um estranho
Ficou surpreso, depois me olhou
Não se desfez do enlaço
E seguiu em frente, me puxando
Senti vontade de rir
Mas fiquei atenta
Andamos por uma cidade fantasma
Tocava em meus cabelos, alegre pela sensação de descabelamento
E todo tempo olhávamos o céu
E quando o olho piscava
descansava para o vento.
Ele subiu em uma plataforma
Foi voar
Soltei sua mão
Não almejo tanto.
:: habitante de mim 7:40 PM
Assistir o movimento provoca vertigens
Eu tenho muito medo do que me reserva
Hoje é dia de vento denso
Os lábios
E a vida em chamas
O mundo é um show de mágica
Há degraus em toda parte
É subir ou subir
Pulei
E não vou deixar que tu te vás
(sempre mais)
Tudo tão bagunçado
Quero gritar e me calo
Batem...
Só abro se for você
pedindo pra ficar
Eu tenho arrepios ao pensar no que não resta.
Prometi...
então seguirei atravessando ruas
guardei no vácuo teus cabelos
e os carrego dentro dessa bolsa.
É só pr'eu não me sentir só, perto de tanta gente.
É só um pretexto...
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