:: Sábado, Março 15, 2003 ::



Por de¿trás do Sol

Chove meus pensamentos
Tão certos de tudo
Calejados no escuro
Incertos do futuro
Desprezados do mundo
Mas ainda sim
Certos de tudo

O Sol nasceu transparente
Radiava naturalmente a verdade
Então veio você
E tudo ficou plástico e cinza
Deixando-me com medo de tudo.
Eu, que assistia a vida
Agora me escondo e fico mudo.

O silêncio não me deixa falar
O silêncio não me deixa escutar
O silêncio é escuro
Teu olhar é feio e sujo
Olhar que mente
Faz mal a quem pretende

Mas ainda chove
Meus pensamentos tão certos de tudo
Hei de lavar teu espírito podre
Fazer germinar a alma que acolhe
Matar o medo que nos assombra
Soprar o vento que os restos recolhe.

Eliane Rubim

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