:: Terça-feira, Novembro 21, 2006 ::

Poema praiano

acordo recolhendo
os sóis que despencaram
no meu adormecer
(e já não há metáfora
a poesia se dá em viscera
nas palavras simples
uma reinvenção mundana
- boca do lixo - )

a água nebulosa
sedendo o negro das cavernas
eu bebo lodo
me banho nele
e lavo essa face.

:: habitante de mim 8:28 PM
...

O rápido balanço, abraço-me no descanço

estranha
dentro de um mundo-meu
repleto de imagens criptografadas
e sons esquizofrênicos

"invento mais que a solidão me dá"
e gastei a tarde em vôo
a favor do vento

:: habitante de mim 8:26 PM
...

Barco de Papel

Mal espero eu chegar
e escureço as janelas
para então sonambular.

"eu não preciso disso"
Não é uma questão de gosto.
Só preciso sorrir.

Foi pra ver as luzes noturnas
que acompanhei os passos.
Foi pra ver a pele de perto.
E quando não vi, doeu.

:: habitante de mim 8:26 PM

Desvio

hoje eu falo a sua língua
em ritmia

grande pausa produzida por barulho
quando tudo cala
e espera

ouço além das linhas
e do feno que não é fel
(além da voz pensante)
há fumaça arrepio


:: habitante de mim 8:26 PM
...
:: Sexta-feira, Novembro 17, 2006 ::

'escrever entre dois é poda'

(Giovane Oliveira e Eliane Rubim)
:: habitante de mim 7:08 PM
...

a burguesia ainda fede
o palhaço me vê
e vê viva a chama
ainda fede
carne de segunda
e eu não li 'tètè-à-tètè'
carne de segunda-feira

o que eles não compram
eles não contam
que amor pode ser livre se
a porta está fechada?

(Giovane Oliveira e Eliane Rubim)

:: habitante de mim 7:04 PM
...

Sarau, lua de 3 atrás - 2006

Uma festa como essa, prepara-se as comidas, os pastos, corta-se os pães. Chegam os alvos, os arqueiros. E a maçã?
(Será que tem alguém aqui? Será que esse beatnique interiorano, provinciano vem até mim?)
Ela não veio. Vai ser outro conto medieval, não o tiro.
Voltando... sabe, acho que o que vocês precisam é de resto, vocês merecem o fragmento.
A festa dança:
'Agora eu já sei, que coragem é preciso para se chegar... e se levar adiante.'
Matei todos, continua a festa.

(Giovane Oliveira e Eliane Rubim)

:: habitante de mim 6:57 PM
...

há línguas
na gagueira?
que palavras não
criam em sair?

não... eram outros encontros

(Giovane Oliveira e Eliane Rubim)

:: habitante de mim 6:29 PM

experimento-poema I
(Giovane Oliveira e Eliane Rubim)

logo a terra
significará
cabeça gira
há um mundo ao redor

(silêncio)
vão estrutura
pausa na estrutura
pau na estrutura
rompe
no trair
ruiu as paredes
o castelo caiu

depois (não agora)
tudo vai se levar

II

nada abaixo?
Hey!
insurgência branca
(branda?)

isso irá virar feitiço
um motivo
de não armar

:: habitante de mim 6:23 PM...

Partido

virou em giros
e agora chove

nas camadas
(como se branco fosse puro)
entoadas de decomosição
surgiu um som
parecido com lamento
e gozo

é, sinto que doia
moderna ritmia
é mentira
o sol é elo entre o silêncio e o ruído
(um dia chamou-se isso de música)
e hoje chove
meia luz
as gotas...
é sede de sentido

já se deu metade

:: habitante de mim 1:50 PM
...

para quem fala e não escuta

gritei aos teus pensamentos
para que quebrasse esse sei o que
de intuito além de ti, num
dualismo
mão seio caralho
mato as metáforas
estúpidas não cabem

falta espaço
falta tempo
falta
tudo suprido
vinguei o lirismo

saturno diz sim
eu sopro música

:: habitante de mim 1:41 PM
...
:: Segunda-feira, Novembro 06, 2006 ::

Três Sóis

e que encontro em vista nova
de olarias resonorizadas?

Ainda não encostei a cabeça em braços neutros
e não vi a lua como quisera

Angustia-me (espera) a noite sola
que por vezes
sempre esteve.

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