:: Sexta-feira, Dezembro 23, 2005 ::

Assim que cansa

catei os pêlos
suados do entardecer.
"douraram!"
já me arrependi de ter calado

No céu-ouro
relembro aquilo
doce
ou frustrado.
Os dois não agüento.
Me retiro etílico

escrevo cartas.
Não as envio.

Penso na distância.
Não é tão longe para se andar.

:: habitante de mim 11:58 PM
...

Torto

fui lá
tirei a pele
e mostrei o que ele já via.
E do que adiantou o medo
Massagear os seios
no seu pensar doído.
Verdade que dói mais
mas está dito.
Me culpou de não saber o que quero
Melhor saber do que não quero
Não quero mais ser tua parte
nem segunda, nem última.
Serei peso (inteiro)
no amor de outrem.
Eu te amo
seja feliz e se exploda.

:: habitante de mim 11:53 PM
...
:: Sexta-feira, Dezembro 09, 2005 ::

Terceiro olho

(ele viu demais
agora vive de
limpar os olhos)
um caroço
têneu sobre-pousa
um olho
de cada vez

poupando
o que assombra de raro

no andar
já não me canso
no andar
por aqui, já é passado

outro olho
outra vez
esquerdo
piso de brincadeira
(é escorregadio)
há um fio cortado
um de dois
é meio errado.

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