filho-da-puta
das costelas que me concedeste
uma enfiei no cú do teu deus
a outra me masturbei
Mas em ti habitava a sifílis
herdada de tua mãe virgem
e do teu pai capado
Fiquei doente presa
no eterno
a luz babilônica
resplandeceu
devorei o mundo
gostei dos gozos profundos
Teu destino profanado
O único choro e gemido
que escuto
são os cá meu lado
Divino, porra nenhuma!
pecas em estar
cristalizado no ressentimento futuro
Toma de volta essas costelas
mal-amadas
Não careço de restos
para dar-me aos homens
:: habitante de mim 5:41 PM [+]
... :: Terça-feira, Maio 17, 2005 ::
:: Segunda-feira, Maio 09, 2005 ::
Trama
Traria a cura
as peles rasgadas
cobrindo o meio fio
Ajoelhei-me meio a rua
preto e branco
continuaram quase-quedas
artificiais
Eu não esperava
eu me toquei com o cinza
repleto de cortes
mortes sequenciais
claro com o escuro
misturei-me ao chão
:: habitante de mim 1:20 PM
...
Mil tons do nascimento
(escrito por um locutor de rádio)
Piazzolla???
mentiste que sabias
só é preciso mais vinho
limpar as lentes e rever o cotidiano
(sou pampa cinza e verde)
é sempre culpa do passado que é raízes
(Maria vai)
é o simples que vive
com voz suave e palavras repetidas
O abondono nos tonéis
daqueles que fecham os olhos para esconder
o que tu mentiste que sabias
é piazzolla me tocando com tensa beleza
silêncio que não desperta
no domingo que não tem pressa
de passar
(nada más, nada más)
Chega de sentido.
Sinto
nia.
"est niais"
:: habitante de mim 10:31 AM
...
:: Sexta-feira, Maio 06, 2005 ::
arte técnica
semântica epistemológica
macacos pathos
os galhos se inspiram em raízes
para tocar o céu
(mais presos estão ao chão
aqueles desejos de perfume metafísico)
:: habitante de mim 10:28 AM
...
ou sim
todo dia permanece hoje
com a condição que hoje, escureça
e não tenha horizonte aurora
além da dor que eu receba
sem me sentir pobre
e impotente
sem merecer cruz
arranhar-me e ter a ferida sempre aberta
a pergunta inicial sempre em pedaços
os pedaços, hoje, são minhas verdades
o cheiro pré menstrual
é mistura de ontem com amanhã
que está em pedaços
o hoje existe com sentimento de não mais existir
foda-se
não cabe somente a terra acolher os restos
pouco comporta-se em mim o que chamo pedaços
alguém os expulsa
eu os espanco à gritos
depois peço desculpas
e eles retornam
cheios de mágoa e vingança
eu canto e adormeço meus traumas
a impotência adormece
já posso abrir a janela
deixo a poeira espacial ir sem beijos de adeus
as pílulas para dormir estão acabando
não sei até quando meus pedaços impotentes
estarão inertes em seu sono casto e mesquinho
Quando não me suporto
o podre em pedaços
rasteja até o colo da merda-cor-terra.
:: habitante de mim 6:11 PM
...
Do que apodreceu
Camada
eu
que O nada vejo
eu
que O nada sou
Limites
O que importa
é somente o que restou
O sol que sempre se põe
e que nunca vejo inteiro
do nunca que sempre me desejou
do seu desejo não tenho
O nunca me tocou
e eu fiquei só
presa no sempre
na repetição
de saber que o nada
sou
:: habitante de mim 6:11 PM
Joguei cutículas
sobre meus lençóis
- Não faz mal
Eles precisam ser lavados
Muito aqui dentro
precisa ser renovado
Tantas vezes me desfaço
contemplo a vida longe
me esqueço
do sentido da palavra cotidiano
e essa memória se esvai
dos dias que estão
do dias calados indiferentes
que não se assemelham
são apenas desiguais
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