Te olhando assim
tenho o véu
mais cândido
Levanta o céu pra mim
e sorri
esquecendo o dizer
As nuvens são barras
negras sobre
teu rubor
Bastaria romper esse pouco
e voar para não-sei
quais braços
(mas há braços)
me enredar
Teu balanço
suspenso, já aqueceu
meu esquecimento
o ventre ganhou medo
e expulsou
(já não me lembro)
o que um dia
chamamos de cor
Levanta o frio pra longe de mim
Assim eu me preocupo
mais conosco
os dois
zilhões de sonhos
que guardamos na encubadora
esperando o caos voltar
Gerados nas chuvas de outubro.
Levanta meu mundo
sem fim
Preciso ver o que há
por debaixo
descançar o sono
o tal que ainda não foi achado
(ele sempre se manteve desperto)
Já há nuvens prontas
para alvorecer.
:: habitante de mim 5:44 PM
... :: Quinta-feira, Agosto 18, 2005 ::
:: Segunda-feira, Agosto 15, 2005 ::
homenagem
não devo respeito
incapaz de se gerar
natura
que me desse
teu nome (sonífera)
que me desse teus homens
madre vadia
houve um cercado
aquele lado é o teu
eu fico com a terra de pedras
para rezar vidas milagrosas
que teus cuspes me vão gerar
desse ventre amaldiçoado
em pus
o meu querer
meu nome
desses homens
noite tardia.
:: habitante de mim 7:15 PM
...
poucos acordes
Comuniquei
o tanto aos outros
que me ouviam
- todas as palavras
(como, às vezes, não parece)
erram canções
e me sorriam
eu sabia que já estava em casa
foi então que alguém partiu
sem deixar aceno
olhei pela janela
o horizonte se fez pequeno
toquei minha pele
está aqui
me pedindo cuidados
cessa (no momento) esse sonhar.
:: habitante de mim 12:34 PM
...
Saiba o qu'eu sei
ouvindo o suave despertar
dos meus vizinhos
Creio que meu sonhar
distraiu a civilização
Como cabe tanta beleza
em uma só fêmea?
(ventre de feitiços
por natureza)
Eu a suspendo
no seu cair
que é logo acima do meu
que é vontade pelo que se perdeu
Giro em ciranda
soluçando intérpretos movimentos
Meu sorriso zonzo - copiado -
recebe os nove dias
sem repetir cores
Sendo vento entre teus
poucos cabelos
Correndo pra longe
de onde anseio
Devias cantar mais vezes
e deixar-me entender
o sentida des'amor.
:: habitante de mim 12:30 PM ...
mal-me-quer
me deste as dores
do mundo
para que pesasse
em meus ombros
Não pude...
era pouco para viver
Abandonei a mentira maior
Desejei boa sorte
Engole seco
este teu orgulho!
Vou para o lugar
onde tuas mãos me colocaram
Longe da TUA dor
ofegarei livre
sem ressentir o medo
sem ressentir meu desejo
Volto, assim, que a cicatriz
te curar.
:: habitante de mim 12:26 PM
Tente estar lá
Despetaladas
as cores sangram
o céu anil
Nebulosos de tanto silêncio
angústias
a um assovio
um olhar de desejo
e desconhecido
(seguira desconhecido)
Há outros caminhos
o céu perdeu suas cores
A porta abre
e o cheiro azedo
diz que eu errei
o caminho de casa.
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