Fura teu dedo também
Vamos fazer um pacto
Sejamos sempre crianças.
:: habitante desse universo 4:32 PM
...
Cremação
Papéis ao vento
restos cinzas, quase negros
poemas, versos, palavras...
Meu sangue é vulnerável ao fogo
Cheiro encarnado e podre
Plásticos, vidas
demoram mais a se decompor
nem mesmo o fogo
consegue livrar-se de todos seus resíduos
Meus olhos brilham ao ver o fogo
Cheiro entorpecente e doce
Céu cinza
O vento vem do sul
A combustão polui o ar
Minha pele sente o apagar do fogo
Nuvens pesadas cheiram barro.
:: habitante desse universo 4:31 PM
...
Trajetória Diária
Sonhar
Acordar no absurdo
Abrir os olhos, o coração
Continuar sonhando.
Sentir o café
seu cheiro, seu gosto, seu olhar.
Encarar, depois de tudo isso,
o mundo que há lá fora.
Ser uma máquina
e ainda sentir o vento
sentir o verde que embeleza
Girar a chave, ligar o som
comer, pensar, beber
banhar-se, masturbar-se, descansar
Por fim
seguir a sonhar.
:: habitante desse universo 4:30 PM
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Desejos
Dar um salto até o futuro
Viver o passado
Queria tanta coisa
Quero pouca coisa
:: habitante desse universo 4:25 PM
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Felicidades
(releitura de Bertold Brecht)
Soar harmonia
Doces, folhas secas
As bolhas semi-transparentes
Sol, gotas
cheiro de terra molhada
O vento frio
O abraço quente
Surpresas
reencontros
Sentir presenças
e ser presente.
:: habitante desse universo 4:21 PM
...
AlicerceDa Janela de um Ônibus
Qual dessas paredes
têm a cor mais confidente?
O silêncio, a paixão, o cochicho
tudo possui ouvidos
e nada mais tem sentido.
As paredes não guardam mais
Os meus segredos, os meus desejos...
os teus... os nossos
As paredes não guardam o mundo.
:: habitante desse universo 4:19 PM
...
(Vai até o centro?)
Contra a janela
O vidro se mantém sujo
transparente
A janela acolhe cochilos,
Olhares despercebidos,
retoques na maquiagem.
Lá fora tudo anda
se movimenta.
Sarjetas, vitrines,
Atrasos, cachorros.
(Centro!)
Tudo parou...
O motorista atropelou um velinho.
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