Sou aquela doente
de dor e louvor.
Nem santo.
Sem pranto.
Sou a mesma de dentro
do tudo
do não-sei.
A mesma.
Sou (?)
o que sei
(é tudo fé inútil).
Neta de puta!
Goela seca
O rouco ecoa.
Voa, de
encontro à sombra.
Eu sou
Emaranhados de gostos.
Eu gosto disso
Gosto de chuva.
A-gosto
não tem chuva.
Eu vivo e revivo.
Olho o céu,
cansada, abstrata
Eu sucumbo.
:: habitante desse universo 3:37 PM
...
Anafrodita
Nessas veias
sentimentos não correm
não andam
por aqui dores
se arrastam
Dores afáveis,
sem motivos,
ao sabor da falta
(de amor?)
de escrúpulos
A morte de deus
nunca importou.
Busquei o sentido
do ser,
de sentir.
O existir é prematuro
e sua encubadora é o nada.
:: habitante desse universo 3:36 PM
...
Durma essa noite
Todo peso nos ombros
Nessa tarde cansou.
As ruas, tão sujas.
A sujeira nua
Instiga meu ponto Vênus.
Teu peito é sempre longe.
O peso das lágrimas
não cai em teus ombros.
O sono é desculpa
do vazio que cansa.
Tudo e todos estão sujos.
Eu estou cansado.
Durmo essa noite.
:: habitante desse universo 3:35 PM
...
Acidentes Domésticos
meu
sangue
do dedo médio
(corte os pulsos por tédio)
Abobadice
Deslize.
A cebola ardeu;
da abertura do corte
lágrimas de sangue
correm.
:: habitante desse universo 3:35 PM
...
Não-Escrito
Eu persuado a noite.
Pelo cloro da lua
me guiou na penumbra.
Encontro meu altar
sem beatice e
sem platéia,
falo ao que se perde.
O fogo assombra
a poesia escrita.
Os mais belos versos
Estão em palavras não ditas.
:: habitante desse universo 3:34 PM
...
IlhaDesculpem, mas hoje não estou
No meu lugar
tudo funciona
(engrena-se no fim)
exatamente assim.
Onde achar?
Procure no seu fim
Talvez nem tudo funcione
(acabou o óleo da engrenagem)
benevolente, assim.
Nada interessa
Rota, luz
Só meu lugar
funciona ao fim.
:: habitante desse universo 3:33 PM
...
A medida de todas
as coisas
é o desejo.
(do homem?)
Chão negro.
Em todo passo
O buraco expele
seu medo.
O valor
do inseguro
(SIM)
Pretendo conhecer
A medida que
eu quebre
O espelho do poder.
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