Trêmulo
O vento sopra trêmulo
(geme)
uma arpa
uma escala que sobe
goza
e cai
na profundeza da insignificância
(canto do vento ou algum grunido clamando a natureza?)
Batidas e suave dedilhar
A natureza ainda grune
sussurros disperços
(ou apenas uma palavra)
a natureza não mais grune,
mas canta (dor ou êxtase?)
No fundo possuem o mesmo sentido
de vazar.
A batida desordenada
tomou compasso
ainda geme
a espera galopante
até a cheagada da queda
auge do alívio.
:: habitante desse universo 5:08 PM
... :: Domingo, Março 21, 2004 ::
:: Quarta-feira, Março 10, 2004 ::
A fortiori
São tantas
mantras.
Porcarias mediterrâneas.
Na vida optei a solidão
(mas para quem darei a mão?)
Um livro
e um porão.
:: habitante desse universo 6:40 PM
:: Segunda-feira, Março 01, 2004 ::
Tendinite
Como te ter entre minhas células?
Fêmur, metacarpo, rádio.
Transmissões circunferentes.
Mesocarpo sugado,
Lambido sem ossos.
Clavícula, bacia.
Guarda articulada.
Frágil esqueleto.
Gera na cria.
Galopa e sentencia.
Esboço incorreto.
Inútil evolutivo.
Lâmina córnea
arranha peles,
geme costas.
Articula seqüências
(repetir, repetir).
Cérebro
Sentenças.
Desalmado.
:: habitante desse universo 11:02 PM
...
A Dor
Cosmopolita de criações
(aparições)
Viver e sentir o todo
E na dor
engolida pelo nada
Apenas dói
E se apreende o alívio
É o que resta
Sangra, incha, rasga
Seco e amargo
Cosmopolita inclusive no vazio
Toda dor dói?
Aliviados masoquistas que o digam.
:: habitante desse universo 9:37 PM
...
Nas páginas
As fotos
As flores secas
não se escondem mais
dentro dos livros
Todos fragmentos tocáveis
(matérias da memória)
caíram ou escaparam
do meio dessa poesia
cotidiana
Perdi o chão?
Não
Nesse momento
sou aprendiz de outro ângulo.
:: habitante desse universo 9:36 PM
...
Parábola Positiva
Não tenho causas
para esboçar arco
em meus lábios.
Não tenho forças
Não tenho palhaços
Não tenho carnaval
Não tenho olhos de crianças
Eu me tenho
e qual a graça nisso?
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