:: Sexta-feira, Março 14, 2003 ::

Enquanto o Mundo Explode
(Chico Science)

A engenharia cai sobre as pedras
Um curupira já tem seu tênis importado
Não conseguimos acompanhar o motor da história
Mas somos batizados pelo batuque
E apreciamos a agricultura celeste

Mas enquanto o mundo explode
Nós dormimos no silêncio do bairro
Fechando os olhos e mordendo os lábios
Sinto vontade de fazer muita coisa

:: SATURNINE OBSCURED 9:28 PM [+] ::
...
Flores na Janela

Abrir a janela
E sentir o vento frio
Fecho o vidro
E vejo a vida
Sem toca-la
Apenas vejo
e mais nada.

Não reflito, nem suspiro
apenas vejo o gramado aparado
As folhas das árvores dançando
ao som do sopro do silêncio.

O sol não altera a temperatura fria
Já é fim de dia
Mas sua luz ainda me ilumina
Nesse dia onde predominou o cinza.

Assim vejo esse mundo
Através dessa janela
Através do vidro que não é transparente
Distorcendo assim o que vejo.

O mundo está atrás dessa vitrine
onde não sinto
não penso, nem imagino
que há um mundo
diferente do que avisto em minha frente

O mundo está aqui tão perto
Mas o vidro me impede de toca-lo
Basta abrir novamente a janela
Sentir o vento frio
O cheiro do hálito podre do alvorecer
e atolar-me na ignorância de arriscar.
Arriscar em poder tocar esse mundo.
Valerá a pena?

Ao longe avisto flores
Lindas flores do campo
Devem possuir um agradável perfume
(ao menos suponho)
que envolverão meu corpo,
enfeitarão meus cabelos
e acolherão-me em seus braços sonolentos.

Eliane Rubim

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