:: Sexta-feira, Novembro 14, 2003 ::

Sorver


Sei que quando

as gotas de gordura

secarem sobre o papel,

um velho dia

já terá findado.



O mel obeso

salivado por esse

pequeno céu.

E assim

sorver o doce.



O gosto cru do ar

que caminha, sujo,

pela boca.



As manchas suadas

limpam

a pureza intocada.



Quanto as vidas,

elas passam.

E ainda não sei

de onde caem.

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