Não, meu coração não é maior que o mundo
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso me dispo,
Por isso me grito,
Por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias.
Preciso de todos.
Carlos Drummond de Andrade
Pela manhã estava tão mal, uma nuvem negra pousou sobre meus ombros, a culpa pesava mais do que tudo.
Todos me diziam que eu estava errada, mas não entendia porque estava errada, porque me sentia culpada.
Naquele instante queria apenas ouvir um ¿eu te amo¿, ou ¿eu acredito em ti¿, ¿não te estressa¿... hehehe.
Minhas amigas me deram uma força, mas precisava me convencer que ainda havia forças dentro de mim.
Então me isolei, meditei... pensei, já que meus desejos não foram realizados, bastava recorrer a mim mesmo.
E foi o que fiz, quatro horas comigo mesma bastou para meu medo minimizar.
Ainda me sinto meia melancólica, mas logo passa, o pior do dia já passou... o pior já passou.
Viver em sociedade é difícil, é preciso ser astuto, e muito observador
para não deixar de ser o que és de verdade. Mas como diz o poema acima, preciso de todos,
o mundo inteiro me dá vida. Existe algo dentro de mim que faz com que eu não odeie as pessoas,
por mais que sofra a pior das judiações, não sou capaz de pensar em vingança, não sou capaz
de ignorar o mundo, mesmo que o mundo seja injusto e cruel. È como um amor proibido, apesar dele
continuar me batendo a cada dia, o amo cada vez mais, com mais intensidade, pois sua beleza
me encanta, sua inocência por trás das coisas. Sei que o mundo é puro, no fundo ele não passa
de uma criança, amável criança, mas sua natureza o fez com que possuísse cautela com o ser humano,
já que essa raça fez tanto mal a ele. Quero estender minha mão ao mundo, quero amá-lo, pois sei
que de alguma forma todo esse amor será recompensado.
:: SATURNINE OBSCURED 6:52 PM [+] ::
...
Essa poesia eu queria dedicar a todos que vêem o sexo oposto como simples objeto
para satisfação sexual e pessoal (ou seja, puro egoísmo).
Sei que parece letra de rock (talvez um dia venha a ser), mas é simples e compreensível.
Boca Seca
Inspira, expira...
Sinta o hálito podre dessa menina.
Inspira, pira.
Ao menos seu corpo gostoso me excita.
No que me tornei?
Um canalha talvez...
Ela beija tão gostoso, tão seco.
Melhor seu beijo do que suas idéias de minhoca.
Pensando bem, não vale tanto a pena,
Se fosse tarada ficaria com ela.
É mais uma vadia carente
Sendo usada por um medíocre estúpido e demente.
Bonequinha de plástico
Tão falsa quanto seu sorriso.
Antes de ir embora me dê mais um beijinho,
Preciso induzir o vômito do meu espírito.
Eliane Rubim
:: SATURNINE OBSCURED 6:50 PM [+] ::
...
A quem dedico este poema?
Não sei ao certo... talvez a todos que amo, a todos que me rodeiam, a todos que me odeiam, a todos.
Banho de Mar
A pele morta foi arrancada
Um novo ser renasceu.
Te alimentas de restos,
Sugas a todos que estão por perto.
Meu anjo negro me acompanha
Com seu hálito doce e palavras sutis.
Amante das sombras que em mim
Radia esperanças
De estar contigo e sentir-me feliz.
Nossas flores que plantamos estação passada
Finalmente desabrocharam,
Despertaram para o amor,
Beberam suaves gotas de orvalho ao alvorecer.
Também desabrochamos para o amor
Já que nossos corações estavam machucados
Em tanto termos que negar nossos próprios sentimentos.
O que bebo agora é a saliva de teu beijo.
Chega de engolir a solidão a seco.
Minhas mãos que antes tremiam diante ao desespero,
Hoje acariciam a ti, meu amigo sereno.
Acariciam tuas asas quebradas
Que repousam até voltares a voar.
Graças a teu amor, minhas asas
Estão quase curadas,
Pois chegou o tempo de partir.
Há muito para se viver
E não posso continuar parada
Vendo a vida passar por mim.
O caos me levará até o mar
E só assim poderei me confessar.
Os dias longos dessa estação
São perfeitos para encontrar meu verdadeiro lar.
Eliane Rubim
:: SATURNINE OBSCURED 6:49 PM [+] ::
...
Sei que esse poema é antigo... mas tornou-se atual nesse dia.
Caminho Obscuro
A ti meu caderno surrado,
Que tantas vezes me expus ao ridículo;
Que tantas vezes deixei gotejar lágrimas
De dor e angústia;
Que tantas vezes transpus minha euforia,
Alegria de ser;
Que tantas vezes busquei forças dentro de mim mesma,
Tentando manter esperanças.
Venho hoje, mais uma vez, te confessar.
A vida está normalmente estranha.
Não consigo identificar se estou
Depressiva ou eufórica,
Se estou bem ou mal,
E se tudo isso é bom ou ruim.
Apenas posso dizer que cá estou,
Apenas de corpo,
Pois a alma está longe
Onde não sei bem ao certo,
Mas o qual me traz calma e tranqüilidade.
Essa serenidade é tão pura,
Assim como o sentimento
que guardo em meu coração.
Um sentimento o qual cultivo
Em relação à uma pessoa,
A qual é tão sofrida e amargurada com a vida.
Essa serenidade é o que faz
Eu ter esperanças,paciência
Para almejar o que tanto desejo.
Então o que venho narrar,
Nada mais é do que a história de um dia,
Ou melhor, desse dia.
Escrever em tempo real
A história do agora.
Permitirei que apenas minha mente se manifeste.
Nessa história não existe espaço e tempo,
Apenas existe o nada.
O vazio desse dia é o reflexo da vida.
Estou indecisa assim como o céu,
Que um pouco molha
E outro pouco seca.
Até que isso pode ser uma forma de equilíbrio,
Mas no meu caso essa variável demonstra instabilidade,
Ou seja; indecisão.
Indecisão de não saber onde ir,
Para que ir,
Como ir.
A minha alma vaga por tantos lugares,
Mas habita apenas um lugar:
O Coração do meu Amado.
Mas o caminho até casa é difícil, e obscuro.
Assim como agora, que não desejo mais do que ir pra casa,
E me sentir abrigada.
Fecho meus olhos
E tento achar o caminho na escuridão,
Pois é na escuridão que se encontra meu amado,
E é nele que quero me abrigar.
Eliane Rubim
:: SATURNINE OBSCURED 6:47 PM [+] ::
...
Laranja
A sol acorda e
Dorme com o mesmo tom.
O fruto amadurece enquanto
A madeira apodrece,
Com o pigmento
Que dá a luz às chamas.
Fogo que irradia
Esse corpo que jazia.
Nesse dia cinza
A luz é a esperança das trevas,
Da queimadura que agonia.
Meu corpo dormente
Pela chama que por ti clama.
Laranja é a cor da cama,
Campo dourado por quem ama.
Despeço-me com um beijo
Enquanto a luz esta apagada.
Retorno a amar
Quando o laranja retornar.
E a energia da vida jorrar.
Eliane Rubim
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